Durmo
à toa
carrego em mim
o narcótico que me atordoa
que me intimida
ao tal ponto
que desfaleço
Durmo
a qualquer mimo
que sofro
a qualquer vento
desmaio
desmonto as folhas
como uma carreira de dominós
desmorona
ordenadamente
soldadinhos em forma
caindo com um peteleco
Pudica
enrubesço quase
ao toque de qualquer coisa
‘Sensitiva’
dizem sobre mim, à boca miúda
como se eu fosse uma vidente
destas que se enclausuram
após prever todas as tempestades
Bobagem
Apenas durmo
e sonho
sonhos verdinhos
que depois florescem
Spirito Santo 2007
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