domingo, 29 de junho de 2008

Saudades

Saudades! Sim...talvez...e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até a morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?...Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem me dera que fosse sempre assim
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

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