domingo, 15 de agosto de 2010

Mito de Sísifo

Sisifo, de Tiziano Vecellio, 1548-1549.
Sísifo desafiou os deuses e quando capturado sofreu uma punição: para toda eternidade, ele teria de empurrar uma pedra de uma montanha até o topo; a pedra então rolaria para baixo e ele novamente teria que começar tudo... O ser que vive a vida ao máximo, odeia a morte e é condenado a uma tarefa sem sentido, como o herói absurdo. Não obstante, reconhecendo a falta de sentido,  ele continua executando sua tarefa diária... A mulher ainda está condicionada à realização de trabalhos infrutíferos, tal como Sísifo!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A fortiori


Sou premiado por amar você(...) Sou o que chamam de felizardo, por ser aquinhoado ao receber coisas que poucas pessoas se apercebem do valor, como filhos que nos amam, gente que nos apreciam e uma inveja que talvez não perpasse um escudo bom, malhado pelo ferreiro do acaso ou do dono e realizador do Universo.

Sou um alegre com e sem riso, vendo significado nas coisas mais banais, nas decepções, no eterno perguntar: que sentido tem esse beijo na boca? Que caminho o destino trilha sem que eu espere, aguardando o taxi que nunca vem e a demora que parece proposital para este ou aquele desígnio?

Vou aqui amando os dias, amando quem está dentro deles, os nãos e os sins... Não sou dono do meu caminho, apenas ando por suas veredas, pensando saber para onde vou mas sem uma bússola segura para me levar onde gostaria de ir.

Por vezes, sinto a rugosidade das estradas pedregosas, por outras, a mais lisa pista, com os mais belos ciprestes, pinheiros, sequóias... tudo o que o meu imaginário (?) puder supor, passando por mim, numa existência experimentada em alta velocidade.

Então vejo, pela janela, passar um milhão de amantes... Dona Leitura; Sua Alteza, o Vídeo; sua Santidade, o Vento Fresco da Manhã; Sua Excelência, o Sol; Sua Magnificência, a Profissão; Sua Raridade, o amor; Sua Majestade, Você.